Eu acho que o melhor jeito de começar a falar sobre empatia é explicando exatamente o que NÃO é empatia.
Primeiro, não é qualquer “boa interação social” que você pode afirmar que houve empatia. Pessoas podem se dar bem sem que haja uma conexão emocional, como por exemplo numa conversa agradável ou em uma tarefa do trabalho (aceita pelos dois lados, claro).
Então vamos tentar trazer alguns comportamentos do nosso dia a dia. Imagine uma situação em que alguém te conta alguma coisa difícil que ocorreu com ela, e você responde:
Grande parte do nosso comportamento está relacionado com simpatia, que traz um sentimento de pena junto com uma certa distância da outra pessoa. Algo como “você aí com seus sentimentos e eu tentando te ajudar de fora”.
A empatia é poderosa porque é uma conexão emocional. Empatia é sentir junto com o outro. Se o outro está feliz, você fica realmente feliz. Se o outro está triste, você fica realmente triste.
Não é mudar o outro fazendo com que ele fique feliz. É compartilhar com ele o sentimento de tristeza. E, num momento difícil, apenas dizer algo como “eu não sei o que dizer, mas estou aqui com você". E talvez você pergunte: “Poxa, mas eu não quero ficar triste quando o outro tá triste! Eu quero estar bem e tentar ajudar o outro!”
Isso é louvável! É o que chamamos de compaixão, o desejo de eliminar o sofrimento no outro! E esse desejo é muito bom. Apenas não podemos acreditar que devemos tentar mudar a realidade falando para o outro o que fazer ou como deve se sentir. Muitas vezes, a empatia por si só já é o caminho, e você nem vai precisar “resolver o problema”.
Empatia tem a ver com aceitação. Aceitar o momento presente do outro, como ele é. Claro, isso é um exercício muito difícil, e requer bastante prática. A atenção plena (Mindfulness) ajuda muito com isso, trazendo a atenção para o presente com abertura, curiosidade e sem julgamento.
Quem sabe, numa próxima vez que alguma pessoa querida estiver em dificuldades, você não possa oferecer sua presença? Apenas a empatia pode ser suficiente!
Gustavo Habib possui Educação Executiva em Negociação e Liderança pela Universidade de Harvard e é Instrutor de Mindfuness em certificação pelo Centro Mente Aberta - UNIFESP. É co-fundador da bLivn e possivelmente está meditando agora.